Reflexões

Benavente, quarta-feira, 3 de julho de 2012


Crise da dívida soberana: um possível guião de ficção para o filme

Na pequena aldeia de Megacnavala, com apenas algumas dezenas de habitantes, há décadas que o café do Sr. Mora é a principal referência da economia local. Outrora, ainda taberna, o café do Sr. Mora servia essencialmente  vinho a copo, vindo diretamente das pipas que as abundantes vinhas de Megacnavala todos os anos enchiam. Agora, os hábitos são bem diferentes, a cerveja, os refrigerantes e o café tomaram conta das preferências da clientela, e o vinho a copo é guardado apenas para alguns anciãos. Mas, não foram apenas as preferências dos clientes que mudaram, a inóspita taberna fora “promovida” a café há alguns anos quando o Sr. Mora investira na reformulação da infra estrutura. Mesas, cadeiras e balcão novo, ecrã LCD de dimensões apreciáveis, ar condicionado para proporcionar um ambiente mais agradável no verão, já para não falar na esplanada à qual não faltavam os guarda sois. O investimento ainda foi grande e as poupanças do Sr. Mora não foram suficientes.....

Felizmente, com a recomendação do Presidente da Junta, alg
umas famílias mais abastadas da aldeia financiaram a progressiva remodelação da taberna, primeiro a família Tostão, depois a família Pessoa, e mais recentemente, aquando da instalação do ar condicionado e do LCD, o Sr. Franklin, norte-americano casado com uma jovem da aldeia que emigrara há alguns anos para os Estados Unidos.

A população acompanhou e apreciou a evolução de taberna a café e como esperado, as receitas geradas pelo café do Sr. Mora aumentaram. Maiores margens na cerveja e refrigerantes, do que no vinho, bem como o maior consumo, premeiam o investimento do Sr. Mora, para orgulho do Presidente da Junta de Megacnavala. Os “investidores”, das famílias Tostão e Pessoa, ao Sr. Franklin, foram recebendo sempre os juros acordados com o Sr. Mora atempadamente e de acordo com o combinado.

Dado o clima de confiança que reinava na aldeia, com o alto patrocínio do Presidente da Junta, a família Tostão, primeiro “investidor” no café do Sr. Mora, aceitou há algum tempo renovar a dívida a pedido do Sr. Mora, acrescentando ainda algum capital adicional a uma taxa de juro mais baixa que a anterior para financiar a aquisição de um equipamento para tirar bebidas de pressão e um painel luminoso para o exterior do café. O mesmo se passou com a Família Pessoa para substituir o ar condicionado que havia recentemente avariado, e ao Sr. Franklin pediu o Sr. Mora o mesmo, mas para ajudar a pagar a fornecedores.

Na realidade, a população da aldeia continuava a ser de apenas algumas dezenas de habitantes, e ainda que o consumo tenha aumentado desde os tempos da taberna, alguns dos habitués como o Manuel ou o Pedro, há alguns meses que se tornaram menos assíduos, e os custos de manutenção do café incomparavelmente superiores aos da taberna. O Presidente da Junta, que em miúdo foi dos poucos da aldeia que fez a 4º Classe (de antigamente) logo à primeira, facto que o catapultou para o mais alto cargo político de Megacnavala, dizia ao dono do café: “Ó Mora, assim não dá pá, então não se está mesmo a ver? Só em eletricidade deves pagar para cima de uma fortuna, mais a mais aos preços a que ela está. Se calhar tens que desligar o ar condicionado e o painel luminoso à noite, senão....”

Como o meio é pequeno e o Presidente da Junta falador, ficaram também os “investidores” rapidamente a saber que o negócio do Sr. Mora não evoluía tão bem como todos tinham perspetivado. Logo por azar, tem o Sr. Mora ainda este ano que pagar tudo o que deve à família Tostão e metade à família Pessoa. Ao Sr. Franklin, nada este ano, mas tudo no início do próximo. 
(continua)

Elenco

Estado membro da zona Euro com excesso de dívida, no papel de Sr. Mora
Agência de rating, no papel de Presidente da junta
Investidores nacionais, no papel das  Famílias Tostão e Pessoa
Investidor estrangeiro, no papel de Sr. Franklin
Desempregados, no papel de Manuel e Pedro



In Newsletter nº 497, ActivoBank, 3 de julho de 2012


Benavente, terça-feira, 19 de junho de 2012

Postura!!
Recebemos um mail de Maria Adelaide com o seguinte texto:
"Desenha na tua mente, no teu espírito, o teu sonho!! Não te imagines triste e sombrio. A tua mente é criadora e criativa, por isso serás exatamente como fizeres a tua mente. Se te imaginares um ser brilhante e poderoso, assim serás... porque a mente materializa o teu sonho! 


Benavente, quinta-feira, 24 de maio de 2012


Vamos levar a carta a Garcia??!!

Uma Carta para Garcia («A Message to Garcia») foi o maior êxito literário de Hubbard. Imprimiu mais de 40 milhões de exemplares e foi traduzido em dezenas de idiomas. Contava apenas uma história de profissionalismo, mas fazia-o tão bem que inspirou muitas gerações de leitores. O episódio é simples e vale a pena relembrá-lo. 

«Quando rebentou a guerra entre Espanha e os Estados Unidos», começa Hubbard referindo-se à guerra de 1898, «era necessário entrar rapidamente em comunicação com o chefe dos insurrectos cubanos. O general Garcia encontrava-se nas montanhas agrestes de Cuba - ninguém sabia onde (nem o correio nem o telégrafo o poderiam alcançar). O Presidente dos Estados Unidos tinha de assegurar, com a maior urgência, a sua cooperação». Nessa altura, o Presidente McKinley encarregou um jovem militar chamado Rowan de entregar uma carta ao general. Quatro dias depois, Rowan «desembarcou, de noite, num pequeno barco, na costa de Cuba e internou-se no mato. Ao cabo de três semanas saiu pelo outro lado da ilha, depois de ter atravessado a pé um país hostil e de ter entregue a carta a Garcia». 

A história desta viagem é certamente interessante, mas Hubbard diz que não é relatá-la que pretende. «O que desejo sublinhar é isto: o Presidente MacKinley deu uma carta a Rowan para a entregar a Garcia. Rowan pegou na carta e não perguntou: ‘Onde é que ele se encontra?’» «Ora aí está um homem cuja figura devia ser esculpida em bronze», diz Hubbard. E explica, por contraste: «Experimente o leitor: está sentado no seu escritório e tem seis empregados à sua disposição. Chame qualquer deles e diga-lhe: ‘Faça o favor de consultar uma enciclopédia e escrever uma nota breve sobre a vida de Correggio’ (...) Julga que ele irá, sem demora, cumprir a tarefa? Nunca. Olhará para o leitor com olhos desanimados e fará uma série de perguntas: Quem foi Correggio? Que enciclopédia hei-de usar? Onde está a enciclopédia? Não foi para isto que me empregaram! Não quererá dizer Bismark? Por que não é o Carlos que o escreve? Já morreu? Há pressa? Não será melhor que lhe traga o livro para ver? Para que quer a nota?»

Estes curtos extractos são o suficiente para perceber a tese do livrinho de Hubbard e para tornar clara a origem e o significado da expressão «levar a carta a Garcia». Mas vale a pena ler o texto original, o que se pode hoje fazer «online», nomeadamente em hermstrom.tripod.com/garcia.html.
Texto da autoria de Nuno Crato




Se todos tivermos no espírito o "levar a carta a Garcia", conseguiremos certamente ser melhores e mais preparados para os desafios do futuro, na escola, no futebol, na nossa profissão, nas relações ...



Vamos levar a carta a Garcia??? 'bora lá!! 



Benavente, segunda-feira, 23 de abril de 2012


A minha recompensa!!

A Escola Academia Sporting Barrosa-Benavente, como antes Samora Correia, é, para mim, um hobbie que me ocupa todos os meus tempos livres. O convite que me foi feito há 5 anos para abraçar este projeto deixou-me naturalmente entusiasmado por poder fazer parte de um mega-projeto de âmbito internacional e que lidera a formação em futebol, quem sabe, à escala mundial.


É um hobbie que exige, durante os 10 meses de atividade regular e mais, pelo menos, 1 mês de preparação, um envolvimento total e que acarreta, como qualquer atividade onde se tem que tomar muitas decisões por dia,  muitas dificuldades, que "rouba" muitas horas à famílía e ao descanso e, o que às vezes me deixa a pensar "para que andas metido nisto??", muitas incompreensões!! Mas gerir pessoas e relacionar-se com pessoas é isso mesmo: gerir diferentes pontos de vista, gerir emoções ...

Contudo, nesta correria diária, há momentos que fazem esquecer todas as dificuldades pelas quais passamos: esses momentos acontecem quando vemos a felicidade dos nossos alunos ao marcarem um golo e quando ouvimos comentários do público, do cidadão comum, dos pais das equipas adversárias, a dizer sobre os nossos meninos: "assim vale a pena", "estes miúdos parecem uns adultos a jogar à bola", "olha p'raquela jogada", "olha p´raquele puto", etc. E isso aconteceu ontem, mais uma vez, num torneio onde estivemos presente*.

É esta a recompensa! É esta a minha única recompensa!

Naturalmente que isto é possível ouvir graças à qualidade individual e coletiva dos nossos meninos e ao trabalho de gestão de recursos dos nossos técnicos, pessoas competentes e que dedicam o seu trabalho de ensino em prol dos seus alunos, dos nossos alunos!

Nem sempre tomamos as decisões corretas, mas sempre tomamos as decisões com um único objetivo: a satisfação e a melhoria qualitativa dos nossos meninos.

Agora que nos aproximamos do último quarto da época, vamos continuar a trabalhar nesse sentido, com essa meta de chegarmos ao final de junho e termos a consciência que os nossos alunos são melhores jogadores e também melhores pessoas, melhores filhos e melhores amigos.

Uma palavra para os pais dos nossos alunos que, sem eles, sem o seu envolvimento, não era possível conseguirmos esta dinâmica coletiva. Os constantes incentivos, os apoios no desenvolvimento das nossas atividades e iniciativas, as críticas construtivas, a compreensão por alguns erros que, eventualmente, tenhamos cometido, têm contribuído para que continuemos a nossa tarefa.

A nossa equipa técnica, composta de pessoas competentíssimas tem sido capaz de interpretar as linhas orientadoras do projeto Escolas Academia Sporting e tem entregue a sua experiência e os seus conhecimentos de forma inexcedível aos nossos alunos.

Aos nossos craques, a minha última referência pois são eles os principais destinatários do nosso trabalho e são eles que nos dão a possibilidade de nos sentirmos úteis naquilo que fazemos.

Um grande abraço para todos!

Carlos Bacalhau
(Coordenação Executiva EAS Barrosa-Benavente) 
* - 1º torneio de futebol infantil do JU Figueirense



Benavente, terça-feira, 6 de março de 2012

Abrimos neste dia uma secção a todos os nossos web visitantes que queiram partilhar connosco uma reflexão sobre um qualquer tema à escolha. Pretende-se, com este espaço aberto, permitir a partilha de ideias, sugestões e reflexões para que possamos aprender cada vez mais. Disponibilizamos, assim, este espaço para quantos queiram connosco colaborar no enriquecimento do nosso / vosso blog para o mesmo possa ser uma ferramenta de reflexão e aprendizagem contínua, ou não estivéssemos nós numa envolvente de uma Escola de Futebol. Alunos, pais, familiares, amigos, público em geral, todos podem partilhar connosco um pouco de cada um de Vós. Peço que nos façam chegar por mail as vossas "reflexões" para que as possamos publicar nesta secção e na página inicial do nosso / vosso blog.