Este artigo, publicado pelo Sintrasport, foi retirado do site do Atlético do Cacém.
O teor desta "carta" revela um sentimento que não deveria existir nunca nos nossos filhos ... deixa-nos a pensar sobre a forma como devemos acompanhar a sua evolução desportiva ...
Grande texto!!
"Pai, que estás a fazer? Não sei como te dizer!! Certamente achas que o fazes para meu bem, mas não consigo deixar de me sentir estranho, incomodado, mal. Ofereceste-me a bola quando ainda estava a aprender a andar. Ainda não andava na escola quando me inscreveste no clube. Gosto de treinar durante a semana, brincar com os colegas e jogar ao domingo, como fazem os mais velhos. Mas, quando vais aos jogos ... não sei! Já não é como dantes. Agora, não me dás uma palmada quando o jogo acaba, nem me convidas para tomar qualquer coisa. Vais até à "bancada" pensando que são todos teus inimigos. Insultas os árbitros, os treinadores, os jogadores, os outros pais ... Porque mudaste? Acho que sofres e não compreendo. Dizes-me que sou o melhor, que os outros não valem nada ao meu lado, que quem disser o contrário está enganado e que só ganhar é que conta. O treinador que dizes que é incompetente é meu amigo, foi ele que me ensinou a divertir enquanto jogo. O rapaz que no outro dia jogou no meu lugar ... lembras-te? Sim Pai, aquele que criticaste durante toda a tarde, dizendo que "não serves nem para levar o saco das bolas" ... Esse rapaz é da minha turma. na segunda-feira, quando o vi, fiquei com vergonha. Não quero decepcionar-te, pai. Às vezes penso que não sou suficientemente bom, que não vou chegar a profissional e ganhar muitos milhões, como tu queres. Sufocas-me! Até já pensei deixar de jogar, mas ... Gosto muito!
Pai, por favor, não me obrigues a pedir-te para não vires ver os meus jogos!"
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